04 de Abril
Isidoro, o mais novo de quatro irmãos, nasceu em
560, em Sevilha, capital da Andaluzia, numa família hispano-romana muito
cristã. Seu pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e comandava sua cidade
dentro dos mais disciplinados preceitos católicos. A mãe, Teodora, educou todos
os filhos igualmente nas regras do cristianismo. Como fruto, colheu a alegria
de ter quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e Florentina, elevados à veneração
dos altares da Igreja.
Isidoro começou a estudar a religião desde muito
pequeno, tendo na figura do irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo.
Diz a tradição que logo que ingressou na escola o menino tinha muitas
dificuldades de aprendizagem, chegando a preocupar a família e os professores,
mas rapidamente superou tudo com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em
Sevilha, onde, além do latim, ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se
sacerdote.
Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na
conversão dos visigodos arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi
o responsável pela conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e
sucedeu a seu irmão Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no
início do seu bispado, Isidoro organizou núcleos escolares nas casas
religiosas, que são considerados os embriões dos atuais seminários. Sua
influência cultural foi muito grande, era possuidor de uma das maiores e mais
bem abastecidas bibliotecas e seu exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus
tempos livres ao estudo e às boas leituras.
Depois, retirou-se para um convento, onde poderia
praticar suas obrigações religiosas e também se dedicar intensamente aos
estudos. Por seus profundos conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha,
em 619, e o IV Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito
importantes para a Igreja, de modo que a religiosidade se enraizou no país. Por
isso foi chamado de "Pai dos Concílios" e "mestre da
Igreja" da Idade Média.
Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa
vivia cheia de mendigos e necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril
de 636, sentindo que a morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os
pobres, publicamente pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez
a eucaristia e, orando aos pés do altar, ali morreu.
Ele nos deixou uma obra escrita sobre cultura,
filosofia e teologia considerada a mais valorosa do século VII. Nada menos que
uma enciclopédia, com vinte e um volumes, chamada Etimologias, considerada o
primeiro dicionário escrito, um livro com a biografia dos principais homens e
mulheres da Bíblia, regras para mosteiros e conventos, além de muitos
comentários acerca de cada um dos livros da Bíblia, estudo que mais lhe
agradava.
Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu
livro A divina comédia, no capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o
espírito ardente" nesse teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo
Isidoro de Sevilha doutor da Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o
dia de sua morte.
Santo
Isidoro de Sevilha, rogai por nós!