sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

MENSAGEM DO DIA


Bem-aventurados os homens que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Mateus 5,9

1 ANO DE PONTÍFICE

Um Papa chamado Francisco: recorde a escolha do nome de pontificado


O ano de 2013 foi dos Franciscos: do Papa e das crianças que receberam o nome em homenagem a ele. Somente no Estado de São Paulo, 30% das crianças  registradas de março a dezembro receberam esse nome.
Francesco Sávio Vanderlei de Oliveira  tem 10 meses e recebeu o primeiro nome em homenagem ao Pontífice argentino. A ideia foi do pai do garoto, Frederico Henrique de Oliveira, que estava na Praça São Pedro no momento do Habemus Papam. A esposa, Edilma Oliveira, estava grávida de 8 meses.
“Quando ele foi eleito, e apareceu aos milhares de fiéis e falou com muita simplicidade,  principalmente quando pediu que o povo rezasse por ele, aquilo foi uma experiência muito forte e fui às lágrimas ali na Praça de São Pedro e me perguntava: que homem é esse?”, conta Frederico.
Já para o Papa, a escolha foi para homenagear o Santo de Assis e a decisão precisou ser quase imediata. O Cardeal Bergoglio teve apenas alguns minutos após o fim da contagem dos votos dos cardeais para escolher seu nome de pontificado.
Ele mesmo conta como escolheu o nome ao receber uma “dica” de um amigo do Colégio Cardinalício. O cardeal brasileiro, Dom Cláudio Hummes, que estava sentado ao lado de Bergoglio durante o Conclave, ao perceber que as votações já haviam atingido os 2/3 necessários para eleger o Papa, cumprimentou-o.
“Ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: ‘Não te esqueças dos pobres!’.  E aquela palavra gravou-se-me na cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis. Em seguida pensei nas guerras, enquanto continuava o escrutínio até contar todos os votos. E Francisco é o homem da paz. E assim surgiu o nome no meu coração: Francisco de Assis”, contou o Papa na primeira audiência que teve com os jornalistas.
O Pontífice brinca ainda com as sugestões recebidas dos colegas cardeais. “Mas, tu deverias chamar-te Adriano, porque Adriano VI foi o reformador; e é preciso reformar. Outro disse-me: ‘Não! O teu nome deveria ser Clemente’. Mas porquê?. ‘Clemente XV! Assim vingavas-te de Clemente XIV que suprimiu a Companhia de Jesus!’. São brincadeiras”, disse Francisco.
Em programa na TV Canção Nova, Dom Cláudio Hummes comentou o grande dom para Igreja que é o pontificado de Francisco.  Destacou que escolha do nome é  um programa de vida, um programa de Igreja. Dom Hummes falou ainda que a experiência do Cardeal Bergoglio em Buenos Aires na Argentina foi uma preparação para o pontificado.
Nome de pontificado
O especialista em informação religiosa, Andrea Gagliarducci, conta que a escolha de Bergoglio tem como pano de fundo a devoção do próprio fundador dos jesuítas, ordem à qual pertence o Papa. Segundo a história, Inácio de Loyola tinha Francisco de Assis como modelo de vida e até desejou imitar o santo.
“Tanto é  que,  no início, Inácio quis assumir  a pobreza absoluta dos franciscanos, uma idéia que mais tarde tomou outros rumos, pois o objetivo da Companhia de Jesus era diferente da ordem franciscana”, explica Andrea.
De acordo com o especialista, não há um motivo específico para que até hoje não tenha sido escolhido por nenhum pontífice o nome Francisco, uma vez que o Santo seja tão querido e famoso em todo mundo.
“De modo geral, escolhia-se um nome com base na devoção, porém com o tempo, os Papas começaram a escolher o nome com base em um programa de pontificado”, explica Andrea, reafirmando a opção do Cardeal argentino.
“Para mim, é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação; neste tempo, também a nossa relação com a criação não é muito boa, pois não? [Francisco] é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre… Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!”, conclui o Pontifíce apontando de que modo irá caminhar.
Na história da Igreja, a escolha de um novo nome para o Papa  teve início no século VI com a eleição de Mercúrio como pontífice. O nome, por lembrar um deus pagão, não era adequado a um Papa, surgiu então a ideia de mudar para João.
A partir daí, não como uma regra, os Papas começaram a optar pela mudança. Os mais utilizados foram João, Clemente e Pio. Curiosamente, o nome Pedro, do primeiro apostólo, nunca foi escolhido, segudo o especialista, em respeito à grandeza do primeiro Papa.

Fonte: Canção Nova

REFLEXÃO

Leis dos homens e lei de Deus


A vida em sociedade se torna cada vez mais complexa, exigindo uma série de leis e normas para regular o comportamento das pessoas e dos grupos. Não é novidade saber que um emaranhado de leis tantas vezes confunde os cidadãos, dificultando-lhes até manter-se em dia com suas obrigações. Para dar um exemplo, basta conversar com as pessoas que devem estar atualizadas quanto à legislação tributária e ver o quanto lhes é trabalhoso saber das ultimíssimas mudanças. Que se preparem os que devem preparar suas declarações de renda!
E podemos ir além, ao tomar consciência de que vivemos num estado laico, no qual todos os setores da sociedade, incluindo as diversas convicções religiosas, devem encontrar seu espaço, na superação de eventuais privilégios. Curioso é que a crescente laicização do Estado encontra meios e verbas para eventos no mínimo duvidosos, considerados manifestações culturais, relegando ao espaço privado a relação com Deus, da qual o ser humano não pode fugir, sob pena de perder o rumo e o sentido de sua existência. Nem é necessário fazer uma lista dos gastos correntes em nosso país, nos quais bilhões de reais são despendidos, inclusive com obras cuja utilidade prática posterior aos eventos programados é altamente questionável. Entende-se assim a revolta que jovens e menos jovens manifestam em nossas ruas, mesmo se os métodos e gritos se confundam com grupos violentos infiltrados em suas ações.
Bastam as leis e o laicismo do Estado? Quais serão as consequências do alijamento dos grupos religiosos da educação ou do cuidado com a saúde, pelas dificuldades encontradas para manter obras sociais correspondentes às convicções cristãs que os movem? Pode ficar tudo aparentemente certo, mas o que está por trás? E uma sociedade que perdeu as estribeiras quanto à moralidade dos atos públicos ou a exposição contínua de atos de esperteza ou de corrupção, para onde vai? Para onde foi a moral familiar? E as leis, podem ser simplesmente acolhidas, mesmo quando é patente sua iniquidade?
Jesus, Senhor e Salvador, enfrentou uma sociedade repleta de leis e mandamentos, sendo diante de muitos um violador das normas vigentes. No entanto, seu comportamento e seu ensinamento realizam e superam toda a lei. “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir. Antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar os outros, será considerado o menor no Reino dos Céus. Quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus. Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5, 17-20).
Nasce então a pergunta: como superar as normas dos escribas e dos fariseus, ou como ir além das constituições, leis, normas técnicas ou regulamentos existentes em cada época? “Os olhos do Senhor estão voltados para os que o temem. Ele conhece todas as obras do ser humano. Não mandou ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença para pecar” (Eclo 15, 20-21). Começamos com radicalidade! Acomodar-se com a maldade e ajeitar a consciência é princípio de desastre! Ninguém foi destinado ao crime ou à corrupção, ninguém foi feito para andar errado ou afundar-se na lama da impureza! Não há um destino cego que obrigue à iniquidade. Acreditar que fomos feitos para o bem e para o que é certo e não admitir qualquer relaxamento de consciência é primeira resposta.
O grande Apóstolo São Paulo (Rm 13, 1-10) ajudou a enfrentar estas questões, ensinando que todos se submetam às autoridades que exercem o poder, pois não existe autoridade que não venha de Deus. Fez até uma pergunta provocante, com a correspondente resposta: “Queres não ter medo da autoridade? Pratica o bem, e serás por ela elogiado... É preciso obedecer, não somente por medo do castigo, mas por motivo de consciência. Pela mesma razão, pagais impostos. Dai a cada um o que lhe é devido: seja imposto, seja taxa, ou, também, o temor e o respeito”. O cristão há de ser exemplar no cumprimento dos próprios deveres de cidadania!
Entretanto, o caminho de superação das leis é justamente o cumprimento da lei maior, o amor, “pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei... O amor é o cumprimento perfeito da Lei”. (Rm 13, 8.10). O mesmo apóstolo, escrevendo aos Gálatas, numa frase breve, estupenda e lapidar, diz outra vez que “toda a lei se resume neste único mandamento: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5,14). É verdade! Quem ama não rouba, não mata. E não só evita o mal, mas se abre aos outros, deseja o bem, pratica o bem, sabe doar-se, chega a dar a vida pela pessoa amada. Por isso Paulo escreve que, amando o próximo, não só se cumpre a lei, mas se cumpre “toda a lei”. Os outros mandamentos são meios para nos iluminar e guiar a fim de sabermos encontrar, nas complexas situações da vida, o caminho para amar os outros. E por que o Apóstolo não fala também do amor a Deus? É que o amor a Deus e o amor ao próximo não competem entre si. Um deles, o amor ao próximo, é até mesmo expressão do outro, do amor a Deus. Com efeito, amar a Deus significa fazer a sua vontade, e a sua vontade é que amemos o próximo (Cf. Chiara Lubich, Comentário à Palavra de Vida, Roma, 25 de maio de 1983).
Enfim, faz ainda parte da vida cristã saber lutar contra as leis injustas, denunciar o mal. Nos dias que correm, uma das mais importantes bandeiras dos cristãos, ainda que venham leis ou normas contrárias, é a da valorização da vida. Mesmo que sejam leis civis a permitir práticas abortivas ou outras violações da absoluta dignidade humana, não seremos obrigados a cumpri-las. Nasce a corajosa objeção de consciência, que vem também a ser praticada quando se recusa a sujar as mãos e o coração com a corrupção e o roubo. Em ano eleitoral, aqui se encontram preciosas referências para engajamento político, participação e voto! Se necessário, trata-se de nadar contra a correnteza, para vencer a torrente de maldade existente também em nosso tempo.

Dom Alberto Taveira Corrêa

Colunista do Portal Ecclesia.

SANTO DO DIA

14 de fevereiro

Metódio e Cirilo nasceram na Macedônia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé, pela vocação apostólica. Metódio nasceu em 815 e Cirilo em 826. Metódio, ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedônia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos. Cirilo, também ainda jovem, foi levado a estudar em Constantinopla, capital do então Império Bizantino, onde se formou. Mais tarde, lecionou filosofia e foi diplomata junto aos árabes.
Com trinta e oito anos, Metódio abandonou a carreira política e se tornou monge no mosteiro de Bósforo. Poucos anos depois seu irmão Cirilo também entrou para a vida monástica. A missão apostólica dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa missão de conversão dos povos eslavos.
São Cirilo criou um novo alfabeto eslavo e traduziu a Bíblia, a Missa, os rituais e ensinamentos cristãos. Assim o povo podia rezar, cantar e ler tudo em sua própria língua.
Na época, os textos sagrados só existiam em grego ou latim, não podiam ser traduzidos. A iniciativa dos monges Cirilo e Métódia gerou conflito com outros monges. Muitos religiosos ficaram contra o trabalho de Metódio e Cirilo. Os dois foram então chamados a Roma, onde conseguiram o apoio do Papa Adriano II, que abençoou pessoalmente os livros litúrgicos escritos em língua eslava.
Cirilo seria ordenado bispo, mas na viagem de volta de Roma acabou falecendo. O ano era 896 e Cirilo tinha apenas 42 anos de idade. Foi sepultado a 14 de fevereiro na Igreja de São Clemente, perto do Coliseu.
Metódio voltou para a missão e foi nomeado arcebispo de Panônia, com sede em Sirmio. Numa segunda viagem a Roma, em 885, acabou morrendo.
Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II em 1980. 

São Cirilo e São Metódio, rogai por nós!