quarta-feira, 21 de agosto de 2013

MENSAGEM DO DIA




No dia em que não mais ardermos de amor, muitos outros morrerão de frio.

François Mauriac

Solidariedade – “quase um palavrão!”


A passagem do papa Francisco pelo Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, deixou profundas marcas e mensagens, já comentadas amplamente.
Não deixa de ser eloquente que, depois de sua acolhida protocolar na Palácio Guanabara e da peregrinação a Aparecida, o primeiro pronunciamento público do papa Francisco no Rio de Janeiro tenha acontecido, justamente, na visita a uma comunidade pobre. Engana-se, porém, quem pensa que foi apenas um ato teatral do “Papa dos pobres”.
Foi daquela tribuna, do meio dos pobres da Varginha, que o Papa pronunciou o discurso social mais importante de sua passagem pelo Brasil. Palavras simples e diretas, como é de seu estilo, para que todos pudessem entender, ele falou com os pobres, mas também se dirigiu a quem tem poder e posses, em todos os níveis, locais e mundiais. Sua fala, de fato, retrata uma síntese da Doutrina Social da Igreja.
Observou o Papa Francisco que os pobres são capazes de dar ao mundo uma grande lição de solidariedade, “palavra frequentemente esquecida ou silenciada, porque incômoda”. Dispensando o texto, ele observou que o conceito de solidariedade é tido quase como um palavrão, que não faz parte de certa concepção do convívio social nem deve ser pronunciado.
A solidariedade é um dever moral, que decorre dos vínculos de natureza existentes entre todos os seres humanos, membros da mesma espécie e de uma grande família; todos estão vinculados uns aos outros, no bem e no mal; a sorte de uns está ligada à sorte de todos. Estamos todos no mesmo barco.
O papa Francisco apelou à sociedade brasileira para que não poupe esforços no combate às injustiças sociais e na luta pela inclusão de todos os seus membros. Em vez de palavras contundentes sobre as manifestações de rua, acontecidas mesmo durante a sua presença no Rio de Janeiro, ele se dirigiu aos jovens: “vocês que possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, de pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram seu próprio benefício. Nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança”.
É verdade, a realidade pode mudar, quando a solidariedade deixar de ser um conceito antissocial. “Procurem ser os primeiros a praticar o bem e a não se acostumar com o mal”, concluiu o Papa.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

SANTO DO DIA

     21 de Agosto  

  Seu nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e numerosa. Nasceu numa pequena aldeia italiana no dia 02 de junho de 1835. Desde cedo, José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o menino caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso apenas um pedaço de pão para o almoço. Desde cedo manifestou sua vontade de ser padre.

Mesmo com a morte do pai, o menino entrou no seminário e aos vinte e três anos recebeu a ordenação sacerdotal. Teve uma rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro foi vice-vigário em uma pequena aldeia, depois vigário de uma importante paróquia, cônego, cardeal de Veneza e, após a morte do grande Papa Leão XIII, ele foi eleito seu sucessor, com o nome de Papa Pio Décimo, em 1903.

No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade, modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de seu pontificado "restaurar as coisas em Cristo". Realizou algumas renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e reformas nos seminários. Sua intensa devoção à Eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a comunhão diária e que a Primeira Comunhão fosse ministrada às crianças a partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do Catecismo em todas as paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé.
           
No dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos, Pio Décimo morreu. O povo de imediato passou a venerá-lo como um Santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente canonizado. 

São Pio X, Rogai por nós!